terça-feira, 13 de outubro de 2009

Palco de jogo da seleção, Morenão recebeu visita de disco voador em 1982

O Morenão receberá nesta quarta-feira alguns dos mais badalados craques do futebol mundial na despedida do Brasil das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Apesar de as estrelas Kaká, Luis Fabiano, Julio César e companhia estarem no gramado, o céu de Campo Grande também merecerá atenção dos quase 30 mil torcedores que prometem lotar o estádio. Há 27 anos, o local foi palco de uma lenda que ficou marcada para sempre na história da cidade: a aparição de um disco voador durante um jogo do Campeonato Brasileiro.

O fenômeno ocorreu no dia 6 de março de 1982. O Operário, badalado clube local da época, enfrentava o Vasco, de Cláudio Adão e Roberto Dinamite, pela segunda fase. Ainda no primeiro tempo, um estranho objeto, luminoso nas pontas, em formato de charuto, sobrevoou o estádio, deixando a torcida boquiaberta e assustada. O jogo seguiu, e os donos da casa venceram por 2 a 0, gols marcados por Jones. Mas o resultado era o que menos importava.

- Foi um grande tumulto, muitas pessoas correndo e se empurrando. Logo em seguida, as luzes voltaram, aparecendo em cima das arquibancadas, e sumiram de novo. Foi um grande susto, mas ninguém sabia dizer o que era - contou o radialista Ramão Cabreira, com 18 anos na época e que estava no estádio.

Ademar José Gevaerd tem certeza de que era um disco voador. Até então professor de química, em Maringá, interior do Paraná, ele decidiu abandonar a carreira para se dedicar à ufologia, sua paixão de infância, e se mudou para Campo Grande, aproveitando a repercussão do caso. Naquela noite, segundo ele, outros óvnis (objetos voadores não identificados) foram avistados ao mesmo tempo em São Paulo, Paraná, Argentina, Bolívia e Paraguai.

- Não aconteceu só no estádio. Viram também em outros pontos da cidade e até em outros países. Era como se fosse uma enxurrada de discos voadores, uma esquadrilha, uma frota. Não era meteoro, nada disso. As descrições das pessoas, que não se conhecem, são idênticas. Meu professor de cálculo, que vivia gozando da minha cara, viu também. Tenho certeza que era um disco. Se nós tivéssemos uma tecnologia que pudesse viajar entre os planetas, com certeza, faríamos. Por que eles não podem fazer o mesmo? - questionou Gevaerd, pai do ex-BB Daniel, eliminado na última edição do programa ainda na "Casa de Vidro".

A suposta nave mudou a rotina de Campo Grande. Até hoje, o fenômeno do Morenão detém o recorde mundial de pessoas que presenciaram tal fato ao mesmo tempo. Os ufólogos contam com a súmula da partida para chegar ao número de 24.575 testemunhas. A cidade também ganhou ares de "capital dos discos".

- Nunca havia acontecido algo parecido no mundo. É um recorde até hoje. Campo Grande é uma intensa área de objetos. Já ouvi centenas de casos. Ir ao supermercado era complicado. Sempre alguém vinha me contar uma história. Cheguei a pesquisar mais de cinco casos por mês, sem contar as histórias que as pessoas relatavam - disse Gevaerd, que garante ter visto duas naves, uma em Las Vegas e outra no Pantanal.

Herói do Vasco e o disco voador
Como manda a história, qualquer lenda ganha capítulos a mais com o passar dos anos e na boca de quem as conhece. Desta vez, o alvo foi um jogador que, até aquele jogo, não passava de mais um nas categorias de base do Operário.

No dito popular que circula pelas ruas de Campo Grande, o lateral-direito Cocada, irmão mais velho do atacante Muller, ex-São Paulo, teve a carreira transformada desde que o disco voador foi visto no céu da cidade.

Coincidência ou não, com apenas 20 anos naquela ocasião e em seu primeiro jogo como profissional, Cocada foi um dos destaques do time do Mato Grosso do Sul no triunfo sobre os cariocas. No ano seguinte, acabou negociado com o Flamengo. No entanto, em 88, obteve seu maior feito na carreira ao marcar pelo Vasco o gol do título estadual exatamente sobre o Rubro-Negro, curiosamente o último dos vascaínos sobre os grandes rivais.

- Eu lembro de ter visto um clarão muito forte no campo. Na hora, pensei que fosse um avião passando. Mas, depois, meus familiares, que estavam nas arquibancadas, me disseram que todo mundo falava que era um disco voador. Foi meu primeiro jogo e fui muito bem. Aquele jogo me levou para o Flamengo. Mas não acredito que aquilo (disco) melhorou meu futebol. Eu só creio em Deus - recordou o evangélico Cocada, agora com 48 anos e auxiliar técnico do irmão Muller no Grêmio Maringá-PR.

Para os especialistas, receber uma influência alienígena não é tão impossível assim. O próprio Gevaerd relata um fato em que foi acometido por um profundo sono ao ser perseguido por uma nave espacial, nos Estados Unidos.

- Em alguns casos, há interferência na vida das pessoas quando existe uma experiência muito próxima do fenômeno. Em Las Vegas, estava no carro na estrada, com minha ex-mulher e um casal de amigos. Um objeto muito iluminado começou a seguir o carro. Todos nós vimos. Fomos tomados por um sono muito forte e o carro não conseguia andar mais do que a 20km/h. Foi uma coisa muito esquisita. Passados 30 ou 40 minutos, a luz foi embora, a gente recobrou a capacidade de dirigir e foi embora - revelou.

Lenda ou realidade, o disco voador de Campo Grande continua vivo na memória dos moradores. Assim como centenas de milhares de pessoas juram ter visto de perto o famoso gol de Pelé contra o Juventus, na pequenina Rua Javari, o conto do suposto óvni trouxe ao Morenão uma capacidade inimaginável na escala da arquitetura e a Cocada uma fama muito maior do que seu futebol lhe proporcionou.

- Esse carinho dos torcedores comigo ninguém nunca vai tirar - completou o ex-lateral.

Fonte: www.gazetaonline.com.br

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