Uma pesquisa realizada na China indica que os adolescentes viciados em internet têm mais chances de se auto-flagelar - se beliscarem, queimarem, baterem ou puxarem seus próprios cabelos. Segundo a agência de notícias Reuters, o estudo foi realizado com 1.618 adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos, da província de Guangdong.
No início do ano passado, a publicação norte-americana "American Journal of Psychiatry" defendeu que o vício em internet seja classificado como distúrbio mental e entre para o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais, cuja próxima edição será lançada em 2012.
O estudo com voluntários chineses identificou que 10% dos jovens podem ser considerados "moderadamente viciados" em internet, enquanto 1% é "severamente viciado". A descoberta foi feita por pesquisadores da University of Notre Dame Australia, em parceria com especialistas da Sun Yat-Sen University, em Guangdong.
Aqueles do grupo do "moderadamente viciados" teriam 2,4 vezes mais chances de se auto-flagelarem de uma a cinco vezes nos últimos seis meses do que os estudantes sem qualquer tipo de vício em relação ao ambiente virtual. No mesmo período de tempo, aqueles que ficam entre os moderadamente e severamente viciados teriam cinco vezes mais chances de fazerem o mesmo, seis vezes ou mais, do que os jovens livres do vício.
Castigos
No mês passado, o Ministério da Saúde da China proibiu o uso de castigos físicos para curar o vício da internet em adolescentes, meses depois que um garoto foi espancado até a morte em um acampamento de reabilitação. Muitos desses campos estão impregnados de uma atmosfera militar, onde os pacientes são obrigados a substituir horas diante do computador por exercícios físicos árduos ou mesmo tratamentos mais extremos.
A morte em agosto de Deng Senshan, de 15 anos, horas depois de ele ter entrado em um acampamento de reabilitação de internet na região de Guangxi, no sudoeste da China, provocou tumulto na mídia. Dias depois, o adolescente Pu Liang foi levado ao hospital com água nos pulmões e deficiência renal depois de um ataque similar na província de Sichuan.
Em julho, o governo chinês já tinha proibido a terapia com eletrochoque para tratar o vício da internet, depois de relatos da mídia sobre um psiquiatra polêmico que administrou correntes elétricas em cerca de 3 mil adolescentes.
Fonte: www.gazetaonline.com.br
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